segunda-feira, 14 de julho de 2008

Para uma disciplina mais assertiva

Hoje em dia é difícil manter a disciplina nas escolas.
A falta de respeito entre alunos e professores e o medo que se vive nas relações que se estabelecem, levam os jovens a optar, mais depressa, por um caminho distinto daquele que pais e professores desejariam.
Por vezes os professores castigam, impondo regras às crianças mas os pais não são receptivos a essas atitudes.
Os auxiliares de acção educativa dedicam-se a funções mais instrumentais e se houver o mínimo de confusão não intervêm, muito devido a uma formação de base claramente insuficiente para a gestão dos alunos no espaço escolar, nomeadamente no recreio e pavilhões.
Certas escolas são demasiado flexíveis e permissivas com os alunos e as suas normas não se encontram estabelecidas, não são claras ou não são divulgadas convenientemente.
Se os jovens fossem respeitados na sua individualidade e ouvidos eles sentiam-se mais apoiados. No entanto, em certas escolas tal não acontece. Daí, como não se sentem motivados e estimulados, não se interessam pelos conteúdos programáticos, o que tem repercussões no seu aproveitamento escolar.
Certos alunos, como não se sentem motivados na escola, tentam influenciar outros elementos do seu grupo de pares, conduzindo não raras vezes, à desviância social como forma de obtenção de estatuto no seio do grupo e de afirmação social. Daí que, na sala de aula, enfrentem o professor e não se interessem quer pelos restantes colegas quer pela aula, sem se importarem com o facto de poderem ser repreendidos ou expulsos da aula.
Os alunos estão na sala para aprenderem a serem autónomos, adequando a sua conduta às situações com que se deparam no quotidiano, pautando o seu comportamento pelo respeito pelas normas sociais vigentes e por um relacionamento interpessoal ajustado.
Há alguns anos atrás convidava-se o aluno a transferir-se de escola. Hoje têm medo de o fazer. Alguns pais e alunos acham que têm o poder de reverter as decisões que são tomadas pela escola, e por vezes conseguem fazê-lo.
Devíamos tentar lutar pelas regras e disciplina nas escolas, no processo educativo e familiar. Se não se tomarem certas medidas, haverá uma revolução na comunidade escolar.
Se a função da instituição escolar é formar futuros cidadãos portadores de um sistema de valores adequado para a sua plena integração social, então há um longo caminho a percorrer na formação dos profissionais (directores, professores e auxiliares de acção educativa) que intervêm no meio escolar, nomeadamente na aquisição de competências que permitam agir em situações que ultrapassem o mero exercício das suas funções.


Alda Coelho

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